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Farmacobotânica, folhas e raízes

Descrição: http://www.lapemm.ufba.br/HP2000/Image55.gif

Apostila de Aula Prática de Farmacognosia UFBA

O termo "Farmacognosia", deriva de duas palavras gregas: pharmakon, que significa droga, medicamento, remédio, veneno; e gnosis, que significa conhecimento. Aplica-se na atualidade, exclusivamente a drogas de origem animal e vegetal.

A Farmacobotânica se preocupa com o estudo das matérias de origem vegetal, ao passo que a Farmacozoologia se preocupa com as drogas de origem animal.

O significado da identificação de drogas

O uso da droga legítima no preparo dos "simples" é fato que se impõe. O prestígio ou o desprestígio dos extratos vegetais usados na terapêutica depende do tipo da droga utilizado em sua elaboração. Assim, por exemplo, o fabricante de extratos vegetais que utilizar na fabricação de um extrato fluido de jaborandi, folhas de uma espécie de Ottonia, conhecida pelo povo como jaborandi, estará cometendo um erro. As propriedades farmacodinâmicas deste extrato irão diferir muito daquele obtido com as folhas de Pilocarpus jaborandi Holmes, que constitui a droga verdadeira.

Antes de utilizarmos qualquer droga no preparo de medicamentos, devemos submetê-la a uma análise rigorosa. A identificação e a pureza da droga, bem como a avaliação de seus princípios ativos, são tarefas indispensáveis àqueles que buscam produtos de boa qualidade.

O analista deve sempre ter em mente que a adulteração e a falsificação constituem procedimentos triviais daqueles que, sem pensar no bem público, buscam aumentar o lucro. Desde épocas imemoriais estes tipos anômalos de procedimento têm preocupado aqueles que assumem como função preservar a saúde pública.

Em nosso país, no que tange às drogas naturais, principalmente as de origem vegetal, esse problema ocorre com frequência. Grande parte das drogas brasileiras origina-se de plantas silvestres. Pode-se afirmar, sem sombra de dúvidas, que o cultivo racional de plantas medicinais quase inexiste em nosso país. Não bastasse isto, as pessoas que se prestam à coleta de plantas nativas, com frequência são possuidoras de poucos conhecimentos, ocorrendo, portanto, ao lado da desonestidade de alguns, a ignorância de outros.

Os nomes regionais de plantas podem se constituir em outro motivo de erro. Esses nomes, ou seja, os nomes populares das plantas, variam muito de um lugar para o outro, e é comum designar-se plantas diferentes com um mesmo nome, bem como uma planta com diversos nomes. Chapeu-de-couro, denominação oficial de nosso código farmacêutico para Echinodorus macrophyllus (Kunt) Micheli, é nome vulgar de diversas espécies de Alisma e de Echinodorus.

A necessidade de identificação de drogas destinadas ao consumo dos laboratórios farmacêuticos pode ser melhor entendida quando, na prática, se tem a incumbência de analisar plantas coletadas por "raizeiros".

Estudos morfológicos

Folha

No estudo da folha, consideram-se três regiões:

Para a realização destes estudos, colhem-se folhas de diversos ramos. Estas folhas podem ser colocadas inteiras no fixador ou após divisão, em peças de tamanho conveniente, geralmente pedaços de mais ou menos 1 cm de largura por 0,5 cm de comprimento. Estes pedaços são provenientes da região localizada ao nível do terço médio inferior da folha e ao nível do ápice. Peças incluindo a margem e a região do meio da folha também são providenciadas.

Os pecíolos geralmente são selecionados de maneira a fornecer pedaços provenientes da região proximal e distal da base da folha, e também da região mediana do pecíolo.

Raiz

Da mesma forma que a folha, costuma-se considerar o estudo da raiz em duas etapas:

Microtécnica vegetal

Ao conjunto de conhecimentos e práticas destinadas a preparar materiais de origem vegetal para o estudo microscópico, denominamos microtécnica vegetal. Nem sempre é fácil ao pesquisador obter preparações para o estudo microscópico. Muitas vezes, na preparação de lâminas destinadas à microscopia, faz-se necessário conhecimento de anatomia do vegetal para a perfeita orientação da peça a ser cortada, segundo a finalidade do estudo.

Para o estudante da Farmácia e Bioquímica, o conhecimento de microtécnica vegetal facilita o estudo das monografias de plantas, já constantes da Farmacopeia Brasileira, bem como de outras que possam ser incluídas futuramente no Formulário Nacional, sendo importante em microscopia de alimentos de origem vegetal.


Operações fundamentais da microtécnica vegetal

A seguir, enumeramos as diversas fases pelas quais passam os materiais destinados a preparações para análises microscópicas.

Prática

Objetivo: Aplicar conhecimentos já adquiridos na Botânica, realizando exames micromorfológicos em amostras de folhas e raízes, identificando o material em questão, como complementação ao estudo macromorfológico.

Neste sentido, além de verificar a estrutura histológica de um modo geral, deve-se procurar elementos anatômicos que permitam caracterizar o material.

Experimental

No exame anatômico das lâminas contendo amostras de folha deverá ser observado:

No exame anatômico das lâminas contendo amostras de raízes deverá ser observado:

Referências bibliográficas

COSTA, ALOÍSIO F. Farmacognosia Experimental. Vol. 3. 1978.

OLIVEIRA, FERNANDO DE; AKISUE, GOKITHI. Fundamentos de Farmacobotânica. Livraria Atheneu. 1993.

Disciplina de Farmacognosia I, UFPR

Microscopia de Folhas