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Flavonoides e Antocianos

Disciplina de Farmacognosia I, UFPR

Os flavonoides são compostos naturais, derivados da benzo-γ-pirona, apresentando a estrutura química C6-C3-C6. Ocorrem no estado livre ou, mais comumente, como O-glicosídeos, embora exista um número considerável de C-glicosídeos. São conhecidos mais de 2000 flavonoides, sendo o maior grupo de compostos fenólicos naturais encontrados na natureza e, por isso, são usados como compostos marcadores quimiossistemáticos. Seu nome deriva do termo em latim flavus, que significa amarelo, embora a flavona pura seja incolor.
            Terapeuticamente sua função não está ainda claramente esclarecida. O grupo é conhecido pelos seus efeitos anti-inflamatórios, antialérgicos e vasoprotetores (tratamento de tromboses). Rutina e hesperidina são importantes flavonoides empregados em tratamentos de fragilidade capilar.

 

As antocianidinas são flavonoides estruturalmente relacionados com a flavona. O nome é derivado do grego antho-, flor, e kyanus-, azul. São pigmentos encontrados na seiva, sendo que a cor do órgão é determinada pelo pH da seiva. O azul de determinadas flores e o vermelho da rosa podem ser devidos ao mesmo glicosídeo, em pH diferente.

Os frutos do faveiro são ricos em rutina, sendo a droga de escolha para esta aula.

Aula Prática

Pesquisa de flavonoides

1. Extração

 

2. Identificação genérica de flavonoides

Reação de Shinoda

Pesquisa positiva →  coloração rósea a vermelha

 

Reação com cloreto de alumínio


Pesquisa positiva → intensificação de fluorescência com mudança de cor para verde amarelado.

Reação de Taubouk

Pesquisa positiva → fluorescência amarelado - esverdeado

 

Reação de Pew

Pesquisa positiva → desenvolvimento lento de coloração vermelha


3. Identificação de antocianidinas

O cloreto de cianidina, pigmento responsável pela coloração violeta do repolho-roxo e pela coloração vermelha das rosas, é um sal vermelho (pH ácido) e sua cor varia conforme o pH da solução.

Em solução fracamente básica (pH 8), toma a coloração violeta devido à formação da anidrobase, de estrutura quinoide. Em repouso, a solução torna-se incolor pela conversão da anidrobase para a pseudobase, onde perde-se a estrutura quinoide. Quando esta solução incolor passar para uma alcalinidade maior (pH 12), a cor passa a azul devido à formação do ânion da anidrobase. Se esta solução torna-se ácida (pH < 4), a cor passa a vermelho por causa da regeneração do cloreto de cianidina. Por outro lado, em repouso e solução alcalina, todos os compostos são convertidos em chalcona, de cor amarela.


Preparação dos tubos contendo solução padrão:

 





Apostila de Aula Prática de Farmacognosia UEL

Objetivo: Verificar a presença ou ausência de flavonoides na matéria-prima vegetal.

A)Preparo do extrato:

B)Reação de Shinoda ou Reação de Cianidina

Realizar esta técnica com padrão de quercetina dissolvido em q.s. de etanol.

REAÇÃO POSITIVA (COM COR)

REAÇÃO NEGATIVA (SEM COR)

-Flavona – amarelo a vermelho
-Flavonol – vermelho a vermelho-sangue -Dihidroflavonol – vermelho a vermelho-sangue -Flavanona – vermelho a violeta
-Deriv. Antociânicos – vermelho para rosa
-Chalconas
-Auronas
-Dihidrochalconas
-Isoflavonas
-Isoflavononas


Deve aparecer coloração vermelha, quanto mais intensa a cor, maior a concentração dos flavonoides.

Drogas vegetais
Achyrocline satureioides (capítulos florais): marcela
Baccharis trimera (folhas): carqueja

Descrição: http://www.lapemm.ufba.br/HP2000/Image55.gif

Apostila de Aula Prática de Farmacognosia UFBA

Influência do pH nas Antocianidinas

Comportamento de pigmentos vegetais em relação ao pH das soluções.

A cor dos pigmentos vegetais está associada à sua estrutura química, e a sua coloração em meio ácido ou básico dependerá justamente das modificações ocorridas na molécula do pigmento, quando o mesmo é submetido a diferentes valores de pH.

Clorofilas, flavonoides e betalaínas são compostos sensíveis à mudanças de pH das soluções. Na clorofila a cor em meio ácido passa a verde oliva e em meio alcalino a verde brilhante.

Antocianinas tem cor vermelha intensa a valores de pH baixos. À medida que o pH aumenta a coloração passa a violeta.


Extrato da casca de uva

Extraído com água ou soluções alcoólicas da casca de uva vermelho escura, este extrato, dependendo da variedade, contém até 25 pigmentos diferentes. O corante é frequentemente denominado enocianina, e seu principal cromóforo presente na casca de uva é a mistura complexa de antocianinas: antocianidina (aglicona), açúcar e frequentemente ácidos. Na natureza, as antocianinas sempre ocorrem na forma heteroglicosídica, contendo uma ou mais moléculas de açúcar e da aglicona antocianidina. São solúveis em água e em mistura de água e álcool, porém insolúveis em óleos e gorduras.

Diferentes monossacarídeos (glicose, galactose, ramanose, arabinose), dissacarídeos e trissacarídeos também podem ser encontrados. Em alguns casos, o açúcar é acilado com os ácidos ferrúlico, cafeico e p-cumárico. A presença do grupo glicosídico na posição 3 confere maior estabilidade, sendo a forma diglicosídica mais estável ao aquecimento e à luz que a monoglicosídica, e a presença do grupo hidroxila na posição 3 aumenta a sensibilidade do composto à degradação.

O núcleo flavilium da antocianina é deficiente em elétrons e, portanto, altamente reativo. A sua reação geralmente envolve descoloração do pigmento, sendo, portanto, indesejável no processamento de frutas e vegetais.

Corantes comerciais derivados de uvas têm tido considerável sucesso em bebidas, mas todas as antocianinas convencionais apresentam algum tipo de limitação. Estabilidade é um problema, já que as antocianinas são degradadas na presença de metais, ácido ascórbico, açúcar, oxigênio, temperatura e enzimas.

A sensibilidade ao pH é fator limitante em várias situações, afetando a cor e a estabilidade química, descolorindo em valores de pH acima de 4,0. Em soluções ácidas, a antocianina é vermelha, mas com o aumento do pH a intensidade da cor diminui. Em solução alcalina, a cor azul é obtida, sendo porém instável. Para aplicação geral, o pH entre 1,0 e 3,5 confere maior estabilidade.

São utilizadas em bebidas ácidas, geleias, doces e cosméticos. A adição de ácido ascórbico para efeito de estabilização não é recomendada, e a presença de açúcares, especialmente a frutose, acelera o processo de escurecimento. Além do pH (principal responsável pela estabilidade das antocianinas), outros fatores contribuem para sua degradação.

Prática

Objetivo: Verificar o comportamento da coloração das antocianinas frente a mudanças de valores de pH.

Material de uso comum

Material por grupo

Influência do pH

Triturar em gral cascas de uva roxa, utilizando uma mistura de 5 mL água e 5 mL de álcool para facilitar a extração do pigmento, filtrar e transferir 1 mL para 6 tubos de ensaio numerados de 1 a 6.

Adicione os reagentes conforme descrito abaixo e verifique as mudanças de coloração ocorrida durante a prática e anotando o pH para cada tubo de ensaio:

Influência do Sulfito.

Tome 1 mL do extrato hidroalcoólico da uva e transfira para um tubo de ensaio. Adicione 1 mL de sulfito de sódio. Observar a coloração.

Influência de Metais.

Tome 1 mL do extrato hidroalcoólico da uva e transfira para um tubo de ensaio. Adicione 1 mL de cloreto férrico. Observar a coloração.

Avaliação

Referências bibliográficas